Odranoeti para diante de um portão de grades redondas e muito bem trabalhadas. Ela estava muito bem arrumada e com um conjunto de camisa e saia que conbinavão com a maquiagem que tinha posto. Ela entra no portão aonde dava para um corredor enorme com várias casinhas a direita para a esquerda, todas iguais. O jardim muito bem cuidados. Alguns idosos estavam de frente as casas apenas olhando um tempo. Odranoeti continua a caminhar. Uma mulher, umas das poucas jovens que tinha ali, se aproxima com um sorriso.
- Como sempre pontual dona Odranoeti.
- Obrigada Renata.
Ela continua caminhando e para diante de uma das casas. Odranoeti bate a porta com insegurança e espera. Um senhor idoso e com um grande bigode abre a porta.
- Minha filha.
- Olá papai.
Ele deixa a filha entrar e fecha a porta. Ela coloca uma cesta que trazia em cima da mesa.
- Os biscoitos vinheram menos dessa vez. Sebston deixou queimar alguns. Decidi não trazer.
O velho se senta no sofá da sala. E Odranoeti vai até ele e se senta.
- Que bom que voltou com seu marido. Achei um ato muito impensado seu larga-lo.
Odranoeti envergonhada fala:
- Foi ele que decidiu me largar papai.
O velho Bovinalho se mostra assustado e se levanta do sofá e pega uma das bolachas na cozinha.
- Pelo menos isso serviu para se aproximarem mais da Edinilma. Não vem aqui a séculos. Você não soube educa-la bem. Poderia muito bem vir pelo menos uma vez por semana como você faz. A ultima vez que a vi foi no natal.
- Seria maravilhoso papai. Mas a Edinilma é uma pessoa muito ignorante. Não aceita meus conselhos e age feito idiota.
O homem se aproxima e se senta na poltrona novamente.
- Me parece que o reencontro de vocês não valeu muito.
- Ela quer que eu aceite que o marido dela tenha outra. E dentro da casa dela.
- Você sempre sempre foi exagerada. Deveria escrever novelas Odranoeti. Aposto que as coisas não são assim.
- É sim pai. Ela convive com a outra mulher perfeitamente bem. E tentou mentir para mim que era irmã do Rodrilberto.
- E você como sempre quando descobriu armou um escândalo. Mesmo que fosse Odranoeti o que você diz Odranoeti, não acha que se ela estava convivendo muito bem com a tal mulher, ela não sofreu muito mais com a sua atitude do que a do marido.
- Pai! Como pode ficar do lado da minha filha e não de mim?
- Porque você está errada Odranoeti. Você não pode dizer para sua como ela deve viver. Você deve ensinar o caminho certo e não obriga-la.
- Pena que o senhor aprendeu isso só na velhice.
- A velhice nos ensina muita coisa Odranoeti. Espero que você aprenda só assim. Porque eu me arrependo de ter te mimado tanto.
Rodrilberto está no seu serviço fazendo as contas para o final do mês. Rodinildo distraia com um joguinho do celular, quando vê Tonely chegando na loja e entrando na sala de Miguelito. Tonely fala:
- Eu vim trazer minha carteira par o senhor dar baixa. E quero meus direitos.
Miguelito se vira na cadeira que estava para a parede. Ele estava visivelmente embriagado.
- Direitos? - Ele derruba uma garrafa no chão. - Você vem vir falar para mim de direitos? Minha mulher me largou por sua causa. Não foi? Você foi abrir a boca para ela.
Tonely fica com medo mas fala:
- Você me enganou. Disse que me amava. Disse que iria largar sua esposa por mim.
- Enganei mesmo. Para você largar de ser trouxa.
- Agora Miguelito você terá que arcar com as consequências. Eu quero a pensão!
- Você está mexendo com a pessoa errada garota. Você vai se arrepender disso!
Tonely sai nervosa batendo a porta. Rodrilberto e Rodinildo vendo a cena falam:
- Eu é que não estou podendo sair desse serviço, porque se não jamais trabalharia para um vagabundo com o Miguelito.- Fala Rodrilberto.
- Não discordo de você Rodrilberto. Mas a Tonely não foi nenhuma santa. Ela sabia que o Miguelito era casado.
- Mas ameaçar a menina também não precisava.
Na escola Milioneiro rezava para que Dozenui não aparecesse naquele dia. Todos estavam reunidos revoltados. Madelina com seu olhar acusador apenas o encarava. Milioneiro não podia ficar sentado ali na cadeira esperando a aula começar. Ele pega sua mochila e sai da sala. Quando está quase saindo do colégio Madelina segura-lhe o braço.
- O que vai fazer Milioneiro? Vai contar para seu novo amiguinho.
- Ele pode me delatar Madelina.
- Você é um covarde mesmo Milioneiro!
- Eu não sou covarde!
- Por sua culpa seu melhor amigo tentou suicidio. E você a única coisa que pensa é se safar.
- Eu fiz isso por você Madelina!
- O que?
-Eu queria te impressionar. Eu queria ser melhor que o Teorino para você me olhar...
- Você era mil vezes melhor que o Teorino Milioneiro. Apenas ele foi mais rápido. Mas agora... Agora você é um monstro para mim.
Uma chuva fina começou a cair. Madelina voltou para a sala de aula. E Milioneiro ficou na chuva. Ele acorda e começa a caminhar pelo caminho da casa de Dozenui. Até que chega a casa dele e o encontra no sofá do quarto.
- Dozenui ainda bem que você não foi no colégio hoje.
- Eu sei cara. Uns brothers meu me ligaram falando que queriam armar casinha pra mim. O mané tentou se matar. Não é? Um otário mesmo. Pega uma bebida.
- Não. Eu tenho que ir num lugar.
Milioneiro pega o dinheiro que era para seu lanche e pega um ônibus. Para diante da casa de Uminota e lá também estava Madelina. Ela olha para Milioneiro com um sorriso e aperta a campainha da casa sem falar nada.
Uma mulher com os olhos inchados atende.
- Milioneiro, Madelina. Vocês deveriam estar na escola.
-Não podemos ficar lá sabendo do que aconteceu.
-Entrem por favor. O Teorino não pode vir?
Milioneiro olha para Madelina que abaixava a cabeça triste.
- Ele tinha que melhorar as notas dele. Não pode matar aula.
- Nossa sempre pensei que ele fosse o melhor da classe.
- Ele é. - Diz Madelina com um sorriso constrangido. Querendo desabafar.
- Mas vocês vinherão para ver o Uminota. Ele precisa muito dos amigos deles do lado dele nesse momento. Ele está no quarto. O médico liberou ele depois de fazer os curativos.
- Não sei se devo perguntar dona Mariana. Mas como foi? - Pergunta Madelina indiscreta.
- Ele tentou cortar os puços.
Milioneiro e Madelina se assustam. Eles subiram as escadas acompanhados da mãe. Madelina apavorada em ver a cena segura a mão de Milioneiro que faz com que a morbilidade da visita fosse um pouco opacada.
- Esperem um pouco. - Diz Mariana com calma. - Eu vou prepara-los para a visita de vocês.
Ela entra e Madelina e Miloneiro do lado de fora percebem que estavam juntos naquilo. Milioneiro fala para Madelina que parecia estar muito fragilizada.
- Vamos pensar que estamos vindo apenas visitar um amigo nosso que está doente.
- Não pensei que viria. Você é um monstro como eu achei Milioneiro. Me desculpe.
- O Teorino não iria vir Madelina. Sua prioridade é os estudos.
- Ele só pensa em estudar Milioneiro. Ele está pensando em ir para o colégio militar. Nem se quer pensou em mim. Como eu ficaria. Decidiu apenas.- Madelina olha para Milioneiro. - Para que foi se bandear para o lado de Dozenui? Era você o cara com que eu desabafava.
- Eu não queria ser apenas o cara que você desabafava.
- Nem eu queria que fosse.
A porta se abriu e Mariana sai falando:
- Evitem falar do que aconteceu na escola... e no que ele fez. Falem coisas alegres.
- Pode deixar dona Mariana. - Diz Madelina com um sorriso.
Eles entram. Madelina aperta a mão de Milioneiro. A primeira coisa que viam era uma das mãos enfaixadas de Uminota.
Rodrilberto está fazendo suas contas novamente no seu serviço quando pelo vidro de seu escritório vê Fiorella chegando chorando e entrando no escritório do pai. Miguelito que já estava sem paciência grita com ela que faz a menina chorar mais. Rodrilberto ainda esculta algumas coisas:
- Você tem é que arrumar um marido. E se preocupar com própria vida.
Fiorella sai chorando. Rodinildo olha para Rodrilberto. Rodrilberto se levanta para ir atrás dela. Mas se senta de novo. Não podia. Mas sua consciência era maldosa. Ele vai até Rodinildo. Ele poderia ir atrás dela. Mas chega cliente. Rodrilberto volta para sua sala. Mas antes de entrar ele para e corre para fora da loja. Olha para os dois lados.
- Rodrilberto?
- Fiorella. - Diz ele se virando para trás. Fiorella estava recostada na parede do lado de fora da loja. Ela chorava.
- O que quer?
- É...- Rodrilberto não sabia o que estava fazendo ali. Sua consciência só o obrigou a ir até ela. Não tinha mostrado o que deveria falar. - Seus pais se separaram não é?
- Como sabe?
- Não importa. Importa que... Se quiser alguém para desabafar...
Fiorella levanta o olhar. Que já era o bastante para Rodrilberto falar.
- Só para desabafar.
- Já está quase na hora do seu almoço. Quer ir almoçar comigo? - Pergunta Fiorella com um ar indefeso e inofensivo.
Rodrilberto olha para os dois lados. Como poder dizer não. Ele praticamente que tinha causado a tristeza da menina. E sua consciência o tinha obrigado a ir lá oferecer um desabafo. Não tinha como negar.
- Certo. Vou falar para o seu pai que já vou sair. E vou ligar para a minha esposa para avisa-la que não vou almoçar em casa.