quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Capitulo 19 - Nunca é tarde para corrigir um erro





Odranoeti para diante de um portão de grades redondas e muito bem trabalhadas. Ela estava muito bem arrumada e com um conjunto de camisa e saia que conbinavão com a maquiagem que tinha posto. Ela entra no portão aonde dava para um corredor enorme com várias casinhas a direita para a esquerda, todas iguais. O jardim muito bem cuidados. Alguns idosos estavam de frente as casas apenas olhando um tempo. Odranoeti continua a caminhar. Uma mulher, umas das poucas jovens que tinha ali, se aproxima com um sorriso.
- Como sempre pontual dona Odranoeti.
- Obrigada Renata.
Ela continua caminhando e para diante de uma das casas. Odranoeti bate a porta com insegurança e espera. Um senhor idoso e com um grande bigode abre a porta.
- Minha filha.
- Olá papai.
Ele deixa a filha entrar e fecha a porta. Ela coloca uma cesta que trazia em cima da mesa.
- Os biscoitos vinheram menos dessa vez. Sebston deixou queimar alguns. Decidi não trazer.
O velho se senta no sofá da sala. E Odranoeti vai até ele e se senta.
- Que bom que voltou com seu marido. Achei um ato muito impensado seu larga-lo.
Odranoeti envergonhada fala:
- Foi ele que decidiu me largar papai.
O velho Bovinalho se mostra assustado e se levanta do sofá e pega uma das bolachas na cozinha.
- Pelo menos isso serviu para se aproximarem mais da Edinilma. Não vem aqui a séculos. Você não soube educa-la bem. Poderia muito bem vir pelo menos uma vez por semana como você faz. A ultima vez que a vi foi no natal.
- Seria maravilhoso papai. Mas a Edinilma é uma pessoa muito ignorante. Não aceita meus conselhos e age feito idiota.
O homem se aproxima e se senta na poltrona novamente.
- Me parece que o reencontro de vocês não valeu muito.
- Ela quer que eu aceite que o marido dela tenha outra. E dentro da casa dela.
- Você sempre sempre foi exagerada. Deveria escrever novelas Odranoeti. Aposto que as coisas não são assim.
- É sim pai. Ela convive com a outra mulher perfeitamente bem. E tentou mentir para mim que era irmã do Rodrilberto.
- E você como sempre quando descobriu armou um escândalo. Mesmo que fosse Odranoeti o que você diz Odranoeti, não acha que se ela estava convivendo muito bem com a tal mulher, ela não sofreu muito mais com a sua atitude do que a do marido.
- Pai! Como pode ficar do lado da minha filha e não de mim?
- Porque você está errada Odranoeti. Você não pode dizer para sua como ela deve viver. Você deve ensinar o caminho certo e não obriga-la.
- Pena que o senhor aprendeu isso só na velhice.
- A velhice nos ensina muita coisa Odranoeti. Espero que você aprenda só assim. Porque eu me arrependo de ter te mimado tanto.

Rodrilberto está no seu serviço fazendo as contas para o final do mês. Rodinildo distraia com um joguinho do celular, quando vê Tonely chegando na loja e entrando na sala de Miguelito. Tonely fala:
- Eu vim trazer minha carteira par o senhor dar baixa. E quero meus direitos.
Miguelito se vira na cadeira que estava para a parede. Ele estava visivelmente embriagado.
- Direitos? - Ele derruba uma garrafa no chão. - Você vem vir falar para mim de direitos? Minha mulher me largou por sua causa. Não foi? Você foi abrir a boca para ela.
Tonely fica com medo mas fala:
- Você me enganou. Disse que me amava. Disse que iria largar sua esposa por mim.
- Enganei mesmo. Para você largar de ser trouxa.
- Agora Miguelito você terá que arcar com as consequências. Eu quero a pensão!
- Você está mexendo com a pessoa errada garota. Você vai se arrepender disso!
Tonely sai nervosa batendo a porta. Rodrilberto e Rodinildo vendo a cena falam:
- Eu é que não estou podendo sair desse serviço, porque se não jamais trabalharia para um vagabundo com o Miguelito.- Fala Rodrilberto.
- Não discordo de você Rodrilberto. Mas a Tonely não foi nenhuma santa. Ela sabia que o Miguelito era casado.
- Mas ameaçar a menina também não precisava.



Na escola Milioneiro rezava para que Dozenui não aparecesse naquele dia. Todos estavam reunidos revoltados. Madelina com seu olhar acusador apenas o encarava. Milioneiro não podia ficar sentado ali na cadeira esperando a aula começar. Ele pega sua mochila e sai da sala. Quando está quase saindo do colégio Madelina segura-lhe o braço.
- O que vai fazer Milioneiro? Vai contar para seu novo amiguinho.
- Ele pode me delatar Madelina.
- Você é um covarde mesmo Milioneiro!
- Eu não sou covarde!
- Por sua culpa seu melhor amigo tentou suicidio. E você a única coisa que pensa é se safar.
- Eu fiz isso por você Madelina!
- O que?
-Eu queria te impressionar. Eu queria ser melhor que o Teorino para você me olhar...
- Você era mil vezes melhor que o Teorino Milioneiro. Apenas ele foi mais rápido. Mas agora... Agora você é um monstro para mim.
Uma chuva fina começou a cair. Madelina voltou para a sala de aula. E Milioneiro ficou na chuva. Ele acorda e começa a caminhar pelo caminho da casa de Dozenui. Até que chega a casa dele e o encontra no sofá do quarto.
- Dozenui ainda bem que você não foi no colégio hoje.
- Eu sei cara. Uns brothers meu me ligaram falando que queriam armar casinha pra mim. O mané tentou se matar. Não é? Um otário mesmo.  Pega uma bebida.
- Não. Eu tenho que ir num lugar.
Milioneiro pega o dinheiro que era para seu lanche e pega um ônibus. Para diante da casa de Uminota e lá também estava Madelina. Ela olha para Milioneiro com um sorriso e aperta a campainha da casa sem falar nada.
Uma mulher com os olhos inchados atende.
- Milioneiro, Madelina. Vocês deveriam estar na escola.
-Não podemos ficar lá sabendo do que aconteceu.
-Entrem por favor.  O Teorino não pode vir?
Milioneiro olha para Madelina que abaixava a cabeça triste.
- Ele tinha que melhorar as notas dele. Não pode matar aula.
- Nossa sempre pensei que ele fosse o melhor da classe.
- Ele é. - Diz Madelina com um sorriso constrangido. Querendo desabafar.
- Mas vocês vinherão para ver o Uminota. Ele precisa muito dos amigos deles do lado dele nesse momento. Ele está no quarto. O médico liberou ele depois de fazer os curativos.
- Não sei se devo perguntar dona Mariana. Mas como foi? - Pergunta Madelina indiscreta.
- Ele tentou cortar os puços.
Milioneiro e Madelina se assustam. Eles subiram as escadas acompanhados da mãe. Madelina apavorada em ver a cena segura a mão de Milioneiro que faz com que a morbilidade da visita fosse um pouco opacada.
- Esperem um pouco. - Diz Mariana com calma. - Eu vou prepara-los para a visita de vocês.
Ela entra e Madelina e Miloneiro do lado de fora percebem que estavam juntos naquilo. Milioneiro fala para Madelina que parecia estar muito fragilizada.
- Vamos pensar que estamos vindo apenas visitar um amigo nosso que está doente.
- Não pensei que viria. Você é um monstro como eu achei Milioneiro. Me desculpe.
- O Teorino não iria vir Madelina. Sua prioridade é os estudos.
- Ele só pensa em estudar Milioneiro. Ele está pensando em ir para o colégio militar. Nem se quer pensou em mim. Como eu ficaria. Decidiu apenas.- Madelina olha para Milioneiro. - Para que foi se bandear para o lado de Dozenui? Era você o cara  com que eu desabafava.
- Eu não queria ser apenas o cara que você desabafava.
- Nem eu queria que fosse.
A porta se abriu e Mariana sai falando:
- Evitem falar do que aconteceu na escola... e no que ele fez. Falem coisas alegres.
- Pode deixar dona Mariana. - Diz Madelina com um sorriso.
Eles entram. Madelina aperta a mão de Milioneiro. A primeira coisa que viam era uma das mãos enfaixadas de Uminota.

Rodrilberto está fazendo suas contas novamente no seu serviço quando pelo vidro de seu escritório vê Fiorella chegando chorando e entrando no escritório do pai. Miguelito que já estava sem paciência grita com ela que faz a menina chorar mais. Rodrilberto ainda esculta algumas coisas:
- Você tem é que arrumar um marido. E se preocupar com própria vida.
Fiorella sai chorando.  Rodinildo olha para Rodrilberto. Rodrilberto se levanta para ir atrás dela. Mas se senta de novo. Não podia. Mas sua consciência era maldosa. Ele vai até Rodinildo. Ele poderia ir atrás dela. Mas chega cliente. Rodrilberto volta para sua sala. Mas antes de entrar ele para e corre para fora da loja. Olha para os dois lados.
- Rodrilberto?
- Fiorella. - Diz ele se virando para trás. Fiorella estava recostada na parede do lado de fora da loja. Ela chorava.
- O que quer?
- É...- Rodrilberto não sabia  o que estava fazendo ali. Sua consciência só o obrigou a ir até ela. Não tinha mostrado o que deveria falar. - Seus pais se separaram não é?
- Como sabe?
- Não importa. Importa que... Se quiser alguém para desabafar...
Fiorella levanta o olhar. Que já era o bastante para Rodrilberto falar.
- Só para desabafar.
- Já está quase na hora do seu almoço. Quer ir almoçar comigo? - Pergunta Fiorella com um ar indefeso e inofensivo.
Rodrilberto olha para os dois lados. Como poder dizer não. Ele praticamente que tinha causado a tristeza da menina. E sua consciência o tinha obrigado a ir lá oferecer um desabafo. Não tinha como negar.
- Certo. Vou falar para o seu pai que já vou sair. E vou ligar para a minha esposa para avisa-la que não vou almoçar em casa.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Capitulo 18- Arcando com as responsabilidades



Patrícia olha firme para a porta. Sabia que seu marido estava chegando. Recebeu o telefonema do porteiro a pouco tempo dizendo que ele estava subindo. Ele se aproxima da porta e destranca a porta. Ela sentada na poltrona olhava firme para a porta. Não iria mais ignorar o cheiro de perfume feminino. Não iria mais ignorar as marcas de batom no pescoço dele.
-Olá querida? Estava me esperando? - Diz ele cinicamente, estava aparentemente bêbado e a gola da roupa para cima, e alguns botões da roupas faltando serem abotoados. - O que a Melissa fez para o jantar.
Patricia se levanta da poltrona tomando forças e queria dizer outra coisa. Mas fala:
- Eu deixei ela tirar uma folga hoje.
- A não Patricia. Não quero jantar fora hoje. Estou muito cansado. A manhã toda nenhum funcionário estava na loja. Deram uma desculpa esfarrapada...
- E você Miguelito? Aonde estava de manhã? - Ele se vira. Sabia que ela sabia de seus deslizes, e sabia que ela prefiria fazer de conta que nada tinha acontecido. E ele sabia naquele momento que ele tinha mudado de ideia. -E na noite de quinta-feira? Você não estava trabalhando estava? Miguelito e quando chegou só de manhã em casa? Com quem estava?
- Do que está falando meu amor. Sabe onde estava. Passei a noite na casa do Téo porque o carro estragou quando voltava do corujão lá na loja...
- Para Miguelito! - Diz ela fechando os olhos e deixando lagrimas cairem dos olhos. - Eu não quero mais isso para mim. Não quero mais essa vida pra mim. Eu mereço coisa melhor. Eu mereço alguém melhor.
A mascara de Miguelito finalmente cai.
- Você merece? - Pergunta ele rindo. - Você não vai conseguir mais ninguém. Você já está velha e acabada.  Você acha que entre uma menininha de dezessete e você, quem que os caras vão escolher? Você é velha e nunca vai arrumar nada melhor do que eu... Um marido rico que dá tudo que você precisa...
- Eu precisava apenas de carinho. E isso você não pode me dar. E não preciso de homem para me dar isso.  Minhas malas já estão lá embaixo. - Diz ela saindo.
Finalmente Miguelito percebe que vai perder a esposa e fala:
- Não Patricia. Você não pode fazer isso comigo. E a Fiorella? O que ela vai pensar de você.
- Ela vai sentir orgulho que a mãe finalmente se livrou de um lixo como você. Isso se ela tiver pelo menos um traço diferente do que você. Coisa que eu acho muito difícil. Deixei ela ser criada a seu modo. Mas vou correr atrás do prejuízo.
Ela fecha a porta indo embora. Miguelito abre e segura o braço de Patricia.
-Você não pode ir embora Patricia. Eu sou seu marido!
- Me solta Miguelito. Não torne as coisas mais dificeis do que já são.
- Desculpa Patricia. Eu juro que vou mudar...
- Me larga...-Diz Patricia tentando soltar seus braços. Só que cada vez que ele soltava um braço ele segurava desesperado outro. - Se não me soltar eu juro que vou a delegacia dar parte. Já tem roxos nos meus braços.
Miguelito solta o braço dela apavorado. E recuado pela ameaça fala:
- Você nunca vai ser feliz Patricia. Isso eu te juro. Isso eu te juro.
Patricia passando as mãos pelos roxos entra no elevador e assustada com a ameaça ou maldição que Miguelito jogou nela ela pensa para onde iria. Com quem ficaria.

Milioneiro abre os olhos. Era dia e o sol entrava pela janela do quarto que nunca tinha visto antes. Não se lembrava direito. Aos poucos vai se lembrando. Se lembrando da festa. Das bebidas. E de Natália. A linda menina que Samuel tinha lhe apresentado. E o que eles fizeram dentro daquele quarto. Ela não estava do seu lado. Ele se levanta veste a roupa e se assusta ao ver três pessoas caída no chão do quarto desmaiadas de bêbadas. Ele pulando o rapaz e a moça vai para o lado de fora da casa. Onde pessoas do lado da piscina  já bebiam. Entre essas pessoas estava Natália que já dançava se esfregando com um outro rapaz. Ela o vê e dá uma thauzinho para ele.
De repente alguém por trás da um abraço forte no pescoço de Milioneiro.
- E ai rapaz? - Milioneiro se vira assustado. Era Dozenui. - Fiquei sabendo que Natália te fez virar homem. Ela é uma beleza não é.
- É sim. - Diz ele com olhar triste se sentando na cadeira de piscina meio destruída.
- Uai? Parece que não gostou. Você não é viado? É?
- Não é isso. - Diz Milioneiro constrangido. Dozenui olha rindo entendendo o que aconteceu.
- Já sei. Você pensou que vocês iam namorar. Que bonitinho... -Diz ele rindo. - A Natália não é de ninguém  Milioneiro. E vai se acostumando. Aqui ninguém e de ninguém. Todo mundo é de todo mundo. - Diz ele rindo. - Mas vamos embora. Que temos de ir para a escola.
- Eu tenho que ir é para casa. Minha mãe deve...- Milioneiro para antes de terminar a frase vendo que ir dar mancada. Mas Dozenui nem tinha percebido o que ele tinha falado. Ele fez foi dar um pulo na piscina.
Milioneiro corre para casa e ao abrir a porta vê Wilemina, Edinilma, Rodrilberto e Mercelina de pé com cara de quem estavam muito preocupados.
Rodrilberto estava com um telefone na mão e fala:
- Obrigado seu policial. Ele acabou de chegar.
Wilemina nervosa se aproxima.
- O que pensa que está fazendo?
- Quer matar eu e sua mãe de preocupação. - Diz Rodrilberto se aproximando de Milioneiro e alisando seus cabelos. Wilemina também do lado dele segurava sua mão com preocupação.
-Eu tive tanto medo.
Edinilma vê aquela cena, pai, mãe e filhos juntos e engole em seco aquilo. Mercelina percebe. Edinilma fala:
- Já que está tudo bem. Eu vou subir e me arrumar para ir trabalhar.
Ela sobe correndo as escadas. E Mercelina corre atrás. Ela entra no quarto e bate a porta. Mercelina abre.
- Edinilma!
Edinilma na cama chora.
- Não é fácil Mercelina. Eu até hoje não pude dar um filho para ele. E de repente eu ver uma cena dessa.
- O Rodrilberto te ama.
- Não tem nada a ver com o Rodrilberto me amar ou não Mercelina. A mãe do filho dele não sou eu.
- Calma Edinilma. Se não aconteceu ainda. É porque não era para acontecer. É para acontecer depois.
- Depois quando? Eu deve ter algum problema! Não é possível!
- Não tente guerrear contra Milioneiro. Nenhum filho vai acabar com o amor que um pai tem pelo outro. Wilemina e Milioneiro são pessoas boas. E infelizmente você vai ter que lidar com essas situações com calma e maturidade. Seu marido vai amar seu filho tanto quanto Milioneiro. Mas não acabar com cenas como essas. Então enquanto seu filho não nasce pelo motivo certo, que não é guerrear contra Milioneiro tente lidar com essas cenas da forma certa. É apenas um pai preocupado com seu filho. Nada mais.
Edinilma tinha que ver que era exatamente isso que estava fazendo.
- As vezes Deus não me deu um filho porque é justamente o que eu queria fazer. Guerrear contra o amor de Milioneiro. Eu não quero isso. Milioneiro é um garoto de ouro e merece o amor do pai. Eu vou ter meu filho porque desejo amar alguém tanto assim também. E não que Rodrilberto o ame tanto quanto o Milioneiro.

Rodrilberto para o carro diante da escola e Milioneiro vai para descer. Mas Rodrilberto tranca a porta.
- Eu sei o que são festas nessa idade Milioneiro. E sei que não tem tantas coisas boas como parece.
- Pai...- Diz Milioneiro tentando se defender. Mas Rodrilberto fala.
- Eu confio em você meu filho. E se você ter que quebrar a cara. Vai quebrar a cara. Mas saiba que eu, sua mãe e a Edinilma sempre estaremos aqui para ajuda-lo a concertar. Mas por favor. Não se envolva com coisas que vão deixar sua cara em cacos pequenos demais para agente montar ela do jeito que estava.
- Eu sei pai.- Milioneiro vai para descer. Mas se vira para o pai e fala: - Pai acho que já do conta de vir de casa até aqui na escola sozinho.
Rodrilberto se assusta com o que o filho fala e sem graça fala:
- Ok filho. Amanhã você pode vir sozinho.
Rodrilberto dirige até o serviço.

Fiorella nervosa bate na porta de uma casa no centro de cidade . E Patricia abre a porta esfregando os olhos.
- Mãe chega disso!
- Fiorella o que faz aqui tão cedo?
- Eu chego da faculdade e fico sabendo pelo meu pai que você voltou para a casa do vovô. -Diz ela entrando metidamente na casa.
- Fiorella querida. - Diz um senhor de idade chegando da cozinha. - A quanto tempo não vem aqui.
- Olá vovô. - Diz ela sem paciência e olhando para a mãe que já estava sentada no sofá. - Vamos, arruma suas coisas. Vamos para casa!
- Não vou fazer isso Fiorella!
- Eu não vou ter pais separados mãe!
- Não é uma decisão sua Fiorella. Cansei de aguentar as traições de seu pai.
- Quem não é traída hoje em dia mãe! Você está agindo como se tivesse quinze anos. Para com isso é vamos para casa!
- Eu mereço ser feliz Fiorella. E por justamente não ter quinze anos que não vou mais ficar aguentando humilhações suas e de seu pai.
- Humilhações minhas? A senhora é muito injusta.
- Você é cópia do seu pai. Não duvido que tenha encoberto traições dele.
- Meu pai merece coisa muito melhor que você! - Diz Fiorella nervosa saindo batendo a porta. Patricia ouve apenas o carro saindo apressado. E cai no sofá chorando. O pai se aproxima.
- Minha filha. Não chore. Você fez o certo.
- Eu sei. Estou chorando de alivio. Mas não vou desistir de Fiorella. Vou ensina-la como viver sua vida do jeito certo. Não vou deixa-la errar como eu errei.

Milioneiro chegando no colégio vê entre os alunos Madelina e Teorino de mãos dadas. Todos conversavam sobre algo. E Milioneiro com vergonha não pergunta o que aconteceu. Madelina que se aproxima dele e fala nervosa.
- Ficou sabendo da noticia Milioneiro? - Diz ela com feição de ódio. - Uminota tentou suicídio na casa dele ontem de noite. Ele não suportou saber que teria que vir para o colégio e encarar todo mundo.
Teorino fala calmo com Miloneiro.
- Mas todo mundo sabe quem fez isso. Dozenui não escapa hoje. Assim que ele chegar vou tirar satisfação com ele. Chega dessas humilhações horríveis. Chegou num limite. E foi o pior possivel.
- O que? - Pergunta Milioneiro apavorado.
- É isso mesmo que ouviu Milioneiro. - Diz Madelina. - Um grupo de estudantes estão planejando linchar o Dozenui na hora do recreio. Todos tem certeza que foi ele que grudou o Uminota na cadeira. Eu tenho minhas duvidas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Capitulo 17 - Entrando numa fria.

Todos estavam aliviados e felizes. Odranoeti iria embora e feliz ao lado do marido. Estavam com um problema terminado. Mas o ruim de ter um problema terminado, é que outro problema começa. Agente nunca fica livres deles. Porque estamos sempre procurando algum problema para viver. Para a nossa vida ter um pouquinho de emoção.
Edinilma estava feliz, mas sabia que o pai não poderia fazer duas viagens ao mesmo dia. Ainda mais que uma tempestade começou naquele noite. E prepararam a cama do quarto de hospedes para caber duas pessoas. Além do sofá que estava servindo para Milioneiro e a mãe dormir. Edinilma estava certa de quando Rodrilberto chegasse estaria muito feliz. Mas ele chegou com uma cara tão triste que nem a noticia de que a sogra iria embora o animou.
- O que foi Rodrilberto? Me conte o que aconteceu!- Pergunta Edinilma assustada.
- A Tonely, a menina que trabalha lá no serviço está gravida do chefe e fomos avisar a mulher dele disso.
- Fomos? Fomos quem?
- Eu, o Rodinildo e a Tonely. Sei que a mulher agiu de uma forma tão complicada.
- Como assim?
- Como se ela tentasse disfarçar uma vontade de saltar do prédio em que ela morava. Mas não falou nada. Nem ligou para o marido. Pensei que iamos ser demitido. Mas não aconteceu nada.
- Vocês foram trabalhar de boa?
- Não. Preocupados sim. A Tonely é claro xingou o chefe e foi demitida. Ameaçou que ia pedir pensão. Mas não contou que fomos até a mulher dele. Acho que atingimos quem não queria.
- Você não pensaram nisso, não é? Mas fizeram a coisa certa. Eu não ia querer ser enganada.
- Mas existem pessoas que vivem de aparências Ednilma. E a tal Patricia parecia ser uma dessas pessoas. O que fizemos é acabar com essa aparência dela.
- Mas todos fazem de conta um pouco Rodrilberto. Não estamos fingindo que sua ex-namorada é sua irmã e seu filho é seu sobrinho só para a chata da minha mãe não ficar me enchendo...por que você está agitando a mão para trás de mim Rodrilberto?
- Porque sua mãe. Está atrás de você.
Era verdade. Odranoeti tinha aberto a porta e ouvido tudo que Edinilma tinha falado. E agora estava pasma olhando para a filha e o genro.
- O que? Eu ouvi direito isso Edinilma? Aquela mulher é na verdade ex-namorada do seu marido. E o menino é filho dele? Você aceitou uma coisa dessas? Você não pode ser minha filha! - Diz Odranoeti saindo para a sala e Edinilma e Rodrilberto saindo do quarto também. Wilemina também estava na sala conversando com Sebston. Que todos ouviam pavorosos os berros de Odranoeti. - Você é uma trouxa mesmo. Foi nisso que você se tornou! Foi nisso que deu ficar longe de mim todos esses anos. Uma idiota! Criei uma filha idiota!
- A senhora não tem o direito de falar assim com a sua filha! - Fala Rodrilberto nervoso.
- Você que não tem direito algum! Eu estou tentando abrir os olhos da minha filha. Você se aproveita porque minha filha é uma retardada!
- Odranoeti! - Fala Sebston nervoso também. Mas ninguém controlava aquela mulher nervosa.
- Não Sebston! Sua filha acolheu a amante do marido na propria casa!
Sebston olha para Wilemina. Ela fala rodando a cadeira dela para frente da sala:
- Não senhora! Eu sou apenas a mãe do filho dele. Que eles acolheram por não dar conta de me cuidar sozinha.
- Você não me engana não. Com essa cara de sonsa não Wilemina. Nunca me enganou.
- Para mãe! - Grita Edinilma chorando. - Você sempre soube apenas é me humilhar e humilhar as pessoas que eu amo!
- Que você ama? Você ama a amante de seu marido?
- Para com esse olhar torto das coisas Odranoeti! - Diz Sebston sem se alterar.
- Olhar torto? Eu não vou deixar minha filha ficar nessa zona que esse canalha do meu genro quer não...
- Olhe para o que sua filha fez Odranoeti! Ela esta ajudando alguém que precisa, passando por cima de preconceitos e de pessoas como você. Pare e olhe que ela foi obrigada até de mentir porque não pode confiar na mãe. Porque ela sempre tem esse olhar torto da vida. - Fala Sebston nervoso. - Sua filha mentiu porque tinha medo disso. E você nunca a decepcionou. Sempre agiu exatamente como ela esperava. - Finalmente Odranoeti cala a boca e olha insegura para a filha chorando. - Eu as vezes tentava mostrar um lado positivo. Que as vezes você não ia agir como sempre age. Mas não. Você sempre batia nela. Ou a humilhava mais do que precisava. Larga de ser um incomodo para ela. E a ajude.
- O que eu sempre quis foi ajudar... - diz Odranoeti chorando para a filha.
- Ajudar mãe? Xingando... brigando com todos... me humilhando.
- Eu quero te proteger minha filha.
- Eu não preciso de proteção nenhuma mãe. O que eu preciso é de seu apoio em tudo que eu fizer.
- Até nas coisas erradas.
- Até nas coisas erradas. E quando eu quebrar a minha cara... me ofereça um colo para chorar. Mas esteja aqui quando eu precisar. Não contra mim.
- Pra eu tá perto de você tem que ser do jeito que você quer? - Diz ignorante Odranoeti.
- Não do jeito que eu quero. Mas do jeito que você precisa ser para ser uma pessoa melhor. - Diz Ednilma. - Você não tem ninguém mãe. Nenhum amigo. Nunca se perguntou que as vezes a senhora também precisa ceder. As vezes precisamos levar uns tapas da vida e ir em frente. E não recuar e se esconder. As vezes agente tromba com as pessoas sem querer as machucando e nem sempre percebemos. Precisamos as vezes só perdoar, porque essa mesma pessoa que tromba em você sem querer te machucando pode ser as que cura suas feridas quando você precisar. E se não as perdoarmos de vez em quando não terá ninguém para curar nossas feridas.
Odranoeti respira fundo, arruma o cabelo que se despenteou sem querer e fala:
- Faça como achar melhor. Sua casa estará lá te esperando quando precisar. Vamos embora Sebston.
Odranoeti sai nervosa e Sebston fala para a filha.
- Me desculpe minha filha. Me desculpe Rodrilberto. Me desculpe Wilemina. - Ele sai apressado atrás da mulher.
O casal se senta no sofá e Wilemina olha triste para eles.
- Eu não queria...
Edinilma se levanta do sofá e fala:
- Independente do que aconteceu no passado Wilemina. Você se mostrou ser a irmã que eu nunca tive. Me ajudou muito com seus conselhos.
- Espero que nunca te decepcione Edinilma.
- Onde está Milioneiro. Tenho que tentar fazer ele entender o que é Odranoeti.
- Não se preocupe ele não estava aqui. Foi numa festa com os amigos.
- Amigos? Que amigos?

Numa outra casa Milioneiro chegava ao lado de Dozenui e seus amigos a uma grande festa. Gente dançando semi-nus e bebendo muito. Adolescentes fumando e cheirando coisas que Milioneiro jamais pensou que poderia ser fumados ou cheirados.
- Bem vindo ao mundo Milioneiro!
Milioneiro olha para as mulheres beijando um homem só. E cada vez que ele ia entrando na casa sendo arrastado pelos muleques de Dozenui ele ia vendo coisas que nunca pensou em ver antes. De repente um rapaz desce as escadas do lado de duas meninas que se esfregavam nele.
- E ai mano! - Diz o rapaz descendo e cumprimentando Dozenui. O tanto que Dozenui parecia intimidador o irmão parecia mais.
- Brother esse é Milioneiro. Ele é o novo integrante do nosso grupo.
- É? O que ele fez?
- Colou a bunda dum otário na cadeira. O menino ficou sem as calças na frente do colégio inteiro.
Os dois riem junto das mulheres. E o jovem fala para Milioneiro.
- Bem vindo ao meu reino Milioneiro. Meu nome é Samuel. Pegue uma bebida para o rapaz Dozenui.
- Bebida? - Pergunta Milioneiro assustado e acuado.
- Sim? Não bebe? - Milioneiro engole em seco e fala alto para ser ouvido com a música alta.
- É claro que bebo!
Samuel se vira para Milioneiro ao seus ouvidos.
- A Juliana gosta de meninos novinhos. - Diz ele apontando para uma morena de olhos claros  do outro lado da sala que não parava de olhar para ele.
Dozenui trás o copo de bebida para o menino e fala:
- Saúde!
Milioneiro bate o copo com o de Dozenui e vira de uma vez.


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Capitulo 16- Será um final feliz para Odranoeti?




Milioneiro sai da sala de aula. Já tinha batido o sinal para irem embora. Ele segue por um caminho que raramente alguém costuma seguir. E numa esquina Madelina o esperava. Ele ao vê-la fica paralisado, sua respiração fica difícil, suas mãos começam a soar e seu coração bate muito forte. Ela não estava com uma cara boa. Ela olha para ele, e percebe que ele não ia se aproximar e nervosa se aproxima.
- Como pode fazer aquilo com Unimota? Ele era seu amigo! - Diz ela o empurrando.
- O que você está dizendo Madelina?- Fala Milioneiro não querendo ser muito convincente.
- Você que fez aquela maldade Milioneiro eu vi. Pensei que era uma pessoa boa. Mas eu estava enganada. Você é como o Dozenui. Você fez isso para entrar na gangue dele não é? Para ser amigo dele! Agente não era o bastante para você.
- Nada é o bastante para mim Madelina! Nada! Nem Dozenui nem ninguém. O que eu queria eu nunca vou ter! - Fala Milioneiro segurando os braços dela que o batiam. Ela olha firme para ele e percebe do que ele falava.
Ela se vira assustada.
- Eu não sabia... Porque não falou? Eu sou namorada do seu melhor amigo.
- Eu sempre amei você Madelina. Primeiro que o Teorino. Mas agora é tarde de mais para você saber. Tomei coragem na hora errada. Já estou em outro caminho. E ele não tem volta.
- Você podia ter me falado... - Diz ela surpresa e triste. Milioneiro sai deixando Madelina triste.
Milioneiro atravessa a rua e se depara com outra pessoa. Dozenui com seu grupo bem no meio da rua.
- E ai Milioneiro? Saiu e nem falou nada.
- Sai um pouco mais tarde. - Fala ele envergonhado.
- Conseguiu Milioneiro. Você é agora do nosso grupo. Meu irmão adiantou a festa para hoje a noite. Você vai? Não vai?
- Eu vou ver com meus pais.
Todos riem dele.
- Você é agora do grupo do Dozenui. Pessoas desse grupo dizem sim ou não. Agora você é um homem.
Milioneiro olha firme para Dozenui e fala:
- Eu vou.

Dona Patricia era uma mulher muito elegante, apesar dos quarentas anos era muito jovem ainda e morava num apartamento muito chique no centro da cidade. Quando ela acordou naquela manhã com o porteiro do seu prédio dizendo que tinha uma mulher querendo falar com ela, já sabia do que se tratava. Tonely, junto dos dois rapazes chegaram e ela os recebeu da melhor forma possível. Os três se sentaram no chique sofá da mulher e Tonely começou a falar:
- Eu estou grávida do seu marido. Estávamos saindo a alguns meses. E ele me ameaçou me demitir se não ficasse com ele.
- E você se vendeu tão barato assim? - Diz ela séria. - É logico além de você estragar a sua vida. Além de estragar um lar é claro.
Tonely engoliu isso em seco. E Rodrilberto falou assustado.
- A senhora não entendeu. Vinhemos aqui alertar a senhora. Largar de ser capacho desse...
- Vocês vinherão aqui se vingar do seu chefe. Vocês se quer pensaram no que eu estaria sentindo. Vamos falar abertamente. Vocês acham que eu casei achando que ele ia ser fiel a mim a vida inteira?
- Porque a senhora continua casada com ele? Porque se casou sabendo disso?
- Toda mulher é feliz até que alguém fale que seu marido está a traindo. Antes, elas fingem que acreditam que ele é um bom esposo.
- Mas isso é ridículo. Eu sou casado e sou muito fiel a minha esposa.
- Até quando querido? Vocês tem quanto tempo de casado? Logo vai cair na rotina e você vai querer outras coisas.
- Não! Quando começar a rotina. Vamos tentar nos surpreender sempre com coisas diferentes, não só no sexo, mas em todas as áreas possíveis. Me desculpe senhora. Mas a senhora que escolheu o homem errado. Não julgue todos os homens por más experiências que você teve ou que ouviu falar.
- Sua mulher teve sorte então. Isso se não for da boca para fora. Não é? -Diz ela rindo.
- Fidelidade não é uma questão de escolha e sim de honra senhora. Procure nos lugares certos. Aposto que vai achar um homem melhor.
- Já fizeram o que vinheram fazer? Então podem se retirar.
Os três se levantaram e Rodinildo fala:
- A senhora vai continuar casada com ele?
- Acho que isso é da minha conta e não de vocês. E você mocinha, esperamos a criança nascer. E depois vamos fazer o exame de DNA.



Todos descem o elevador e Patricia fica no sofá e não demonstra nenhum sentimento. Ainda com seu meio sorriso uma lágrima começa a cair. Ela limpa rapidamente soltando um soluço de choro. Mas não deixa.

Odranoeti está vendo televisão na casa da filha. Ainda lembrava das palavras da filha. E olha para o telefone. Ela se aproxima do telefone e disca alguns número. O telefone chama. E a voz de Mona se ouve do outro lado.
- Alô?
Ela desliga rapidamente. Mercelina se aproxima e se senta no sofá.
- Uma pessoa muito inteligente falou que embora ninguém posso voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
- O que você quer dizer com isso Mercelina?
- A senhora não pode remendar o que fez dona Odranoeti. Mas não tenha medo de ter uma segunda chance. Não tenha medo da vida. De agir. De passar vengonha. De se entristecer. De fracassar. A senhora nunca vai se arrepender disso tudo. Mas se arrependera não ter agido.
Odranoeti se levanta com um sorriso e corre lá para cima e logo desse com as malas. Edinilma vendo a mãe com a mala fala:
- Mãe? O que a senhora vai fazer?
- Eu vou atrás do seu pai Edinilma. Eu não posso deixar aquele homem ir embora. Ele me aguentou por mais de vinte anos. Não vou achar outro assim. - Ela sorrindo fala para a filha: - Eu amo seu pai. E vou lutar por ele.
De repente atrás da filha surge ninguém menos que Sebston com um sorriso e chorando muito.
- Sebston? - Odranoeti larga as malas e desce as escadas e para assustada. - O que faz aqui?
- Quando a Ednilma saiu lá de casa eu vi que por mais que a Mona seja perfeita ela nunca vai me fazer feliz. Porque eu amo você. Eu amo seus defeitos e suas qualidades. E suas qualidades são muitas. Eu sei quais são perfeitamente. E sem você nunca vou ser feliz.
Odranoeti o beija apaixonadamente se jogando em seus braços. E Ednilma, Wilemina e Mercelina bate palmas rindo.



terça-feira, 6 de novembro de 2012

Capitulo 15- Olhando pelo outro lado

Rodrilberto chega no seu serviço e vê Tonelly triste do lado de fora da loja. Ele guarda o carro na garagem e ao entrar na loja a vê se dirigindo ao banheiro. Ele vai até Rodinildo e pergunta:
- O que aconteceu com Tonelly?
- Não sei. Ela está assim desde ontem quando voltou do passeio com o Seu Miguelito. Deve ter chutado ela. Ou ela pensou que ele largaria a esposa dele, para ficar com ela. 
- Para ser amante de um cara desse tem que estar muito desesperada. - Fala Rodrilberto indo até o banheiro e batendo na porta.
- Tonely? Você está bem?
- Estou! -Diz ela com voz de choro.
- Aconteceu alguma coisa Tonely. Me conta. 
- Me deixa Rodrilberto. 
Rodrilberto se vira para sair e Tonely abre a porta. E fala as lagrimas:^
- Eu tó gravida. 
- O que? - Vira Rodrilberto e Rodinildo assustados.
- Sim. Aquele bandido do Miguelito me engravidou. E falou que não quer saber da criança se eu contasse para alguém que era dele iria me demitir. Mas para mim tanto faz. Meus pais já estão sabendo. E pediram para sair do serviço mesmo. Eu vou contar para a esposa dele. Só que preciso de um carro. Rodrilberto, você vai comigo?
Rodrilberto olha apavorado para a mulher.
- Eu não posso Tonely! Eu mais do que nunca dependo do meu emprego. Tenho que sustentar cinco pessoas dentro de casa sozinho.
- Você é um frouxo mesmo.
Rodrilberto entra dentro de sua sala e Fiorella está ali.
- Olá Rodrilberto? Vamos continuar aquele papinho nosso de ontem? - Diz ela se levantando sensualmente.
Rodrilberto apavorado fala:
- Eu adoraria Fiorella mas tenho que levar Tonely num lugar agora. - Diz Rodrilberto abrindo a porta de seus escritorio de novo e saindo. Tonely ouve o que Rodrilberto fala e sai junto dele para o carro. E Rodinildo fala os acompanhando:
- Fala para o seu pai que a Tonely estava passando mau e fomos todos ajuda-la.
Dentro do carro Rodrilberto fala:
- Tonely você não pode fazer isso. Vai acabar com a vida da mulher de Miguelito que não tem nada a ver com os problemas do marido.
- Ela é uma mulher traída e precisa saber a verdade! - Fala ela nervosa.
- Eu concordo plenamente Tonely. - Diz Rodinildo com um grande sorriso.
- E para que você veio Rodinildo? Você vai perder o emprego atoa?
- Eu nunca fui de ficar cortando tecido para o povo mesmo. Quem sabe assim o seu Miguelito não faz um acordo comigo?
- Eu duvido muito meu amigo que isso vai acontecer. - Fala Tonely com olhar cheio de ódio.- O que te fez mudar de ideia tão rápido Rodrilberto?
- Aquela louca da Fiorella já ia me fazer perder o emprego mesmo. Pelo menos vou sair fazendo justiça.

Wilemina e Edinilma chegam em casa mortas de cansaço. E Mercelina chega da cozinha:
- Que linda cadeira Wilemina.
- Minha amiga comprou. - Diz Wilemina alegre com Edinilma. Ela esboça um sorriso que logo some. Edinilma se joga no sofá preocupada.
- Pelo jeito as coisas não saíram do jeito que planejaram.
- Não Mercelina. Mona é a mulher mais perfeita possível para o meu pai e tudo que ele sempre mereceu. Pelo jeito terei que aprender a lidar com minha mãe.
-  A convivência é sempre difícil Edinilma. Independente de como a pessoa pareça perfeita. Somos seres diferentes que tem que ceder em alguns pontos e impor outros. Porém existem pessoas que esquecem de ceder e querem apenas impor. No caso da sua mãe é assim. E devemos lidar com sua intransigência não sempre cedendo mas impondo algumas regras. Mas tudo por meio de conversa cercadas de carinho e não de brigas. Sente-se com sua mãe e converse com ela sinceramente sem criticas, sem palavras desnecessárias. E coloque suas regras, e diga o que está a machucando e no que ela poderia mudar. Deixe ela soltar a raiva dela e depois continue  a falar. Uma hora sua raiva acaba. A fonte seca e vai chegar a compreensão. E a senhora também veja em meio as criticas dela no que você poderá mudar para melhorar. 
Aposto que essa conversa acrescentará muito na evolução de vocês duas como pessoas.
Edinilma olha  para Mercelina e fala:
-As coisas não são tão simples assim. Minha mãe é durona e só sabe criticar. Ela tem um coração de pedra Mas eu vou falar com ela. Está no quarto não é?
- Sim. 
Edinilma sobe as escadas e se surpreende ao ver a mãe chorando deitada na cama. Ela se aproxima e se senta na cama. 
- Mãe. O que foi? - Fala Edinilma surpresa.
- Eu estou com medo minha filha. Medo de ficar sozinha. Se não fosse você o que seria de mim? Você é uma filha muito bruta comigo. E me trata feito um lixo. Mas é minha filha. E me aceitou em sua casa. Mesmo que seja por obrigação. Mas eu sinto falta do seu pai. Ele era um boco que não sabia fazer nada sem mim. Mas eu amava ele. E pensei que iriamos ficar para sempre juntos. Que morreríamos um do lado do outro.
- Mas mãe. A senhora fez tudo que pode? 
- Como assim tudo que pude? 
- A senhora lutou por ele mãe? Pediu para ficar?
- Eu? - Diz Odranoeti revoltada. - Queria que eu implorasse para ficar com ele? Nem morta! Homem nenhum vai me tratar como um lixo minha filha. 
-Não é tratar como lixo não. Quando ele falou que não queria ficar com a senhora. O que foi que falou?
- Eu...
Odranoeti não fez nada. Naquela noite vendo a novela que tanto gostava. Com o marido do lado pensou que estava tudo bem. Tinha feito a janta. Jantado. Ele falou das aulas de artes. Odranoeti falou da nova receita que aprendeu na televisão. E sentados juntos vendo a novela pensou que estava tudo bem. Mas de repente Sebston apenas falou:
- Odranoeti, não dá para fazer mais de conta que está tudo bem. Eu vou fazer sessenta e sete anos ano que vem e nunca pensei que chegaria a metade disso. Parece que a vida está me dando uma nova chance e não perder tempo com você. Cansei de tentar muda-la. Cansei de tentar fazer você ser uma pessoa melhor. Sempre você vai ver todo mundo com um lugar terrível de se viver e sua vida com um pior tragédia da vida.
Um dia você vai entender que para sermos felizes bastava você querer ser feliz. Eu vou embora amanhã de manhã.
Odranoeti ficou parada. Não falou nada. Apenas desligou a televisão no meio da novela e foi para o quarto. Arrumou suas malas e saiu. 
Não demonstrou por um segundo que não queria ir embora. Que queria mais uma chance de mudar. Que não era aquele monstro que o marido pintara. Que era uma mulher com sonhos e esperanças. Mas a vida a ensinará a nunca sonhar, confiar nas pessoas ou se apaixonar ou demonstrar suas paixões para não se desiludir. A vida a ensinará a parecer uma pedra. Mas ela não era. Só demonstrava ser.
- Mãe, a senhora não precisa ser tão difícil assim. Nem todas as pessoas machucam as outras por que querem. As vezes é sem querer. As vezes é melhor enxergar assim e amar a todas as pessoas, do que enxergar a maldade em todos nós e não ter ninguém. Afinal de contas, no final, todos temos um lado de ruim e o outro bom. Basta senhora decidir por qual olho quer enxergar.
- Não é assim minha filha. Você não tem experiência como eu tenho.
- Não como a senhora tem mãe. Mas eu tenho diferentes.
- Que experiência que você teve meu amor. Sempre viveu na barra da minha saia a vida toda. Depois ficou só com o marido. Ainda tem muito o que ver. E quando chegar lá se tornará como eu.
- Mãe! Aceite de uma vez que o seu modo de ver as coisas é errado! Ou pelo menos o mais difícil! - Diz Edinilma perdendo a paciência. 
- Você quer que eu fique sorrindo para as pessoas que me olham pelas costas? Que diga para seu pai que o amo depois dele ter me machucado com palavras tão tristes?
- E quando ele falou palavras alegres para a senhora? A senhora falou que o amava? Pare de tentar se defender pelas atitudes dos outros. A atitudes dos outros vai trazer mau para os outros. Agora as atitudes boas da senhora que vai trazer coisas boas para a senhora. Tente olhar o mundo pelo lado bom. Tudo tem dois lados. Não importa que atitude seja. A senhora que precisa decidir ser feliz. Ver as coisas como sendo boas. E não ao contrário.
- Você puxou seu pai. -Diz Odranoeti inconformada. - Fala do mesmo modo dele. 
- Então ele também estava apenas querendo o bem da senhora. Ele só estava agora querendo o bem dele. E você infelizmente não fazia bem para ele.
- Eu tentei Edinilma. Eu tentei ser o bem para o seu pai.
- Tentou mesmo? Ou tentou ser uma boa esposa e se esqueceu de ser uma boa pessoa?

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Capitulo 14 - O caminho errado

Edinilma nunca pensou que seus pais algum dia iriam se separar. Odranoeti e Sebston se casaram jovens e com uma festa muito bonita. Tudo parecia um sonho. Mas se Sebston soubesse olhar os detalhes veria que seu futuro do lado da mulher amava iria ser solitário.
Odranoeti nunca teve grandes amigos. No máximo colegas. Que de vez em quando ia a sua casa. Os pais de Odranoeti muito severos, o pai general e a mãe uma dona de casa respeitadíssima e autora de best-seller de culinária. A organização em sua casa era coisa séria. Odranoeti tinha uma boneca por ano. E brincava com essa até o dia 4 de março. Dia do aniversário de Odranoeti em que enterravam as bonecas velhas e ela ganhava uma nova. Ela tinha um cemitériozinho no canto do quintal enorme cercados por paredes grossas e cheias arames farpados, cerca elétrica e cacos de vidros.
Para Sebston ter que cortejar a mais nova dos filhos do Coronel Bovinalho foi muito dificil. Mas Sebston ao vê-la no carro de luxo do pai uma vez no banco do carona ele não sabia fazer outra coisa a não ser pensar nela.  Sua beleza era enorme. E a insistência de Sebston era maior.
Ele nunca tinha namorado outra menina. E era tido como o bobo dos três filhos que dona Eliodomada criou sozinha. O caçula. Mas ela era a menina que ele queria. E gastando todo o salário dele com flores e bombons conseguiu noivar com três meses seguidos levando flores para os pais da bela donzela.
Cazou-se com Odranoeti vendo ela apenas cinco vezes. E tendo aquela linda mulher em sua casa passou a perceber o porque dos pais não deixarem vê-la.
Odranoeti tinha sido muito mimada por ser a única filha não revoltada da família. E Sebston percebeu que não seria um casamento tão fácil quanto dos pais. Lógico que os pais conviveram apenas três anos de casamento. E seu Vidal morreu no dia em que  Sebston nasceu. Seu aniversário não era comemorado por essa razão. E ele era um menino muito solitário.
E viver sozinho com sua esposa era algo muito fácil.
A única filha que tiveram assim que completou a maior idade se casou e mudou para muito longe da mãe. E Sebston sábia que Odranoeti era uma carga que ele deveria levar. Ele a amava. E tinha seu serviço. Trabalhava muito. Mas quando aposentou-se percebeu que as coisas não iam ser tão fáceis quanto antes.
Resolveu fazer aula de artes para ficar menos tempo em casa. E voltar a amar a mulher.  Mas acabou que em vez de amar mais a mulher descobriu que existia pessoas de mais fácil convivência. Mona era a pessoa mais perfeita que Sebston conheceu. Era uma senhora de idade também, mas com a aparência perfeita, mas deixando que o tempo apenas melhorasse o que Deus tinha lhe dado.
Mona tinha uma boa palavra a cada segundo. E sábia acalma-lo como ninguém. Sabia falar a palavra certa, na hora certa.
E Edinilma soube que Mona era a pessoa perfeita para seu pai assim que ela abriu a porta. Uma senhora de cabelos grisalhos, um grande sorriso nos lábios, avental com estampa de verduras e uma luva grande segurando uma forma de bolachas que aparentemente tinham acabadas de sair do forno.
- Bom dia, a senhora deve ser Edinilma. Filha do meu querido Sebston.
- A senhora deve ser Mona. Meu pai está? - Diz Edinilma olhando para Wilemina já na frente da casa com cadeira de rodas novas. Comprada por Edinilma pelo favor prestado de ir com ela.
- Sim. - Diz ela abrindo a porta. E vendo Sebston com um grande sorriso no rosto.
- Minha filha querida. - Ele abraça a filha com carinho. E fala. - Não sabe como senti saudades de você.
- Pai. - Diz Edinilma com um sorriso um pouco forçado. - Essa é minha... amiga. -Diz Edinilma confirmando com Wilemina. - Wilemina. Ela veio comigo.
- É um prazer conhece-la.. - Diz o pai com carinho.
- Entrem. Por favor. - Diz Mona colocando a forma em cima de uma mesa.
Edinilma entrou na casa na qual nunca pareceu a casa que viveu a alguns meses atrás. Era toda decorada com panos bordados e enfeites caseiros que deixavam a casa totalmente confortável.
- A casa está diferente. - Fala Edinilma surpresa. Sebston fala abraçando-a com carinho.
- Mona fez uma grande diferença em minha vida querida.
- Ele só precisava de um empurrãozinho para ser feliz do jeito que é.
"Um empurrãozinho no caso foi nas costas da minha mãe." pensou Edinilma ficando no meio da sala.
- Sentem-se. Fiquem a vontade. - Diz Mona com carinho se sentando do lado de Sebston num sofá.
- Pai o que foi que aconteceu? - Pergunta Ednilma direta. Mona sorrindo se levanta e fala sem demonstrar constrangimento.
- Eu acho que vocês precisam conversar assós. Wilemina porque não vem me ajudar na cozinha.
- Acho que não vou poder ajudar muito. Mas me satisfaço a olha-la. Parece que leva o maior jeito na cozinha.
As duas saem para cozinha deixando pai e filha sozinhos na sala.
- O que aconteceu com a mamãe?
- Filha sua mãe é uma pessoa difícil.
- Eu sei. Mas você a amava.
- Eu amo a sua mãe Edinilma...
- Ainda ama? - Pergunta Edinilma sorridente.
- Mas ela não dá valor nisso. E eu preciso também ser amado.
- Mas ela te ama pai. Se não, não ficaria com você todos esses anos.
- Mas saber que é amado não é o bastante. Precisa demonstrar isso Edinilma. E uma coisa que sua mãe não sabia fazer bem é isso. Já Mona...
- Você não a ama pai.
- Principalmente na fase que estou minha filha, agente aprende que temos que ficar do lado de pessoas que passam coisas boas para você. Eu já fiz demais pela sua mãe. E agora está na hora de eu ser feliz também.
- Mas pai... - Ednilma vê na cozinha Wilemina se alegrando com Mona a ensinando a se virar na cozinha com a cadeira de rodas. E por um segundo percebe que queria conviver com aquela mulher. Ednilma abaixa a cabeça e ao levanta-la levanta com um sorriso. - Eu de verdade espero que você fique muito feliz com a Mona. Ela é uma pessoa maravilhosa e sei que vocês faram um ao outro muito felizes.

Edinilma entra no carro com Wilemina. E começa a chorar. Wilemina sorrindo nem percebe a tristeza de Edinilma e fala:
- Eu não acredito. Aquela mulher é maravilhosa. Como ela tem idéias tão boas? Ela tinha uma avó que usava cadeiras de rodas e ele montou a casa dele sozinho... - Ela percebe que Edinilma chora. - O que foi Edinilma?
- Minha mãe também é boa. - Diz ela chorando. - Eu amo ela. Ela não é insuportável.
- É claro que é Edinilma. - Diz Wilemina passando as mãos carinhosamente pelos cabelos de Edinilma. Ela para o carro e abraça Wilemina chorando.
- Ninguém é perfeito. Só tenho que saber conviver com ela.
- Viu como foi bom agente vir aqui. Agora você está decidida a ter uma boa convivência com sua mãe.
Ednilma faz é chorar mais alto com o que ela fala.

Na escola Milinoeiro todos estavam reunidos no pátio. E se sentam nas cadeiras de frente a três cadeiras e a bandeira. Uma estava a cadeira da professora, a outra era do garoto que discursaria naquele dia, e a outra era a diretora.
A diretora estava sentada já na cadeira dela cadeira toda orgulhosa. Uminota estava na sala de aula ainda com a professora. Sem duvida ela estaria o acalmando. O menino estava muito nervoso.
Dozenui se aproxima de Milioneiro e fala:
- Aqui está Milioneiro. - Dozenui segurava um vidro de um liquido transparente.
- O que é isso?
- É cola rápida. Você vai passar na cadeira de  Uminota.
- O que? - Diz Milioneiro surpreso. - Mas assim ele não vai se levantar.
Dozenui rindo malignamente fala:
- É essa a ideia.
- Eu não posso fazer isso Dozenui.
- Você que sabe. Se quer continuar sendo conhecido como o candelabro da escola para sempre. Sabe que vai ter uma festinha que meu irmão vai fazer nesse final de semana. Vai estar cheio de gatinha. Se quiser ir...- diz o menino empurrando a cola para Milioneiro.
Milioneiro se vira e vê Tonely com Madelina se beijando. E ele pega a cola.
Sorrateiramente ele vai atrás do palco e das cadeiras e sem a diretora vê passa cola no banco do amigo.
Uminota, mais confiante  de mãos dadas com a professora entra. Pliana fala calma para todos.
- Silêncio meninos! Silêncio! Todos se sentem que antes de Uminota fazer o juramento. Eu vou falar do que se trata o dia de hoje.
Uminota se senta. E Milioneiro vê com consciência pesada.
A professora fala por horas e horas.  Até que finalmente ela diz:
-Agora Uminota vai fazer seu discurso. - Uminota com um grande sorriso e confiante vai para se levantar. Mas não consegue. E se assusta. - Uminota. Venha!  - Repete a professora. Ele tenta mais uma vez se levantar mas não consegue. A diretora nervosa o puxa. E a cadeira se levanta grudada na bunda de Uminota e todos riem.
- Eu estou grudado! Eu não consigo!
Milioneiro vê tudo com grande remorso. Todos rindo do pobre menino que chorava. A diretora tenta arrancar a cadeira da bunda do Uminota e acaba é arrancando a calça inteira do pobre menino. Uminota sai correndo para o banheiro chorando. E a professora e a diretora vão atrás dele.
Milioneiro olha para Dozenui e rolando de ri junto de toda a escola confirma com a cabeça que ele tinha entrado no grupo. Mas atrás de Dozenui Milioneiro vê Madelina que claramente percebe o que aconteceu.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Capitulo 13- A gravata

Ednilma nunca pensou que iria querer viajar com ex-namorada de seu marido. Mas era uma ótima desculpa ir buscar a cadeira de rodas de Wilemina na casa de uma amiga de infância dela. Mas que para isso Ednilma escultou um monte, isso ela escultou da mãe.
- Vai viajar enquanto sua mãe está na sua casa? Isso que é consideração.
- Mãe. Eu tó indo ajudar a Wilemina. A senhora quer que ela vai rolando com a cadeira de rodas até o outro lado da cidade? Ela precisa de ajuda.
- Por mim ela vai rolando para o inferno. Eu quero é minha filha comigo.
Wilemina na sala tenta intervir.
- Dona Odranoeti, amanhã cedo ela já vai estar aqui.
- Não sei o que está falando minha sogra. O tempo que a senhora tinha para ficar com sua filha que foi a hora do almoço foi é emburrar lá para dentro. - Diz Rodrilberto se arrumando para voltar ao serviço.
- Estou num ninho de cobras. É aqui que eu vim me enfiar.  - Diz ela subindo as escadas e se fechando no quarto. Ednilma se vira para o marido e fala:
- Eu vou resolver isso. Está bem meu amor?
- Fique tranquila Ednilma. - Fala Rodrilberto a beijando. - Eu tenho certeza que seu pai vai voltar para sua mãe depois da sua conversa.
Mercelina que chega na sala fala:
- Você precisam se preparar. As vezes isso não pode acontecer. Ele não disse que já está num novo relacionamento?
- Disse. Mas eu vou dar um jeito. E só volto com o meu pai vindo para buscar a mamãe.
Elas entram dentro do carro. E Wilemina se despede do filho.
- Não vá fazer bagunça e nem sair Milioneiro. Ajude seu pai a enfrentar essa situação tão difícil.
- Pode deixar mãe. Pode ficar tranquila.
O carro sai e Ednilma se vira para Wilemina.
- É tão bom poder confiar no filho, não é Wilemina. Seu filho é tão quieto.
- É. Mas tenho medo. Está chegando na fase difícil. Alguns amiguinhos ainda são crianças demais. Outros já são adultos demais. E meu filho fica no meio. Sem saber o que fazer. Meu dever como mãe e dar o maior apoio em suas escolhas e não pressiona-lo . Dependendo das minhas atitudes ele pode passar por essa fase sã e salvo ou cheio de traumas.

Rodrilberto está saindo de casa para ir para o serviço quando se depara com Miloneiro no sofá.
- E ai filho? Como foi a aula?
- Foi boa. - Diz ele de olho na televisão.
- Os amigos perguntaram muito sobre o que aconteceu?
- Não. Nem tanto.
Rodrilberto se cansa dele olhando para a televisão. E se senta no sofá do lado do filho e com carinho vira o rosto dele para o dele.
- Eu quero que você entenda que eu estou abrindo as portas para você conversar qualquer coisa comigo. Está bem?
- Desculpa pai. Mas é que é meio difícil. O senhor até um mês atras era um desconhecido para mim. E agora...
- Eu compreendo que não seja nada fácil. Mas eu estou aqui... - Diz Rodrilberto triste e se levantando. Mas Milioneiro desliga a televisão vendo que o pai ficou triste e fala:
- Pai.
Rodrilberto se vira com um pequeno sorriso nos lábios.
- O que foi?
- Tem um amigo meu...
- Sim? - Pergunta Rodrilberto se sentando no sofá do seu lado.
- Ele é muito bobo. E os caras não aceitam ele.
- Não aceitam ele?
- É. E eles são muito loucos. Preparam festas fenomenais. E me chamaram para entrar no grupo deles. Eles também me acharam legal. Mas para isso tenho que fazer algo muito ruim para o meu amigo... O que você acha? O que eu faço? Eu posso ficar sendo o idiota da escola para sempre ou posso ficar sendo legal com os caras.
Rodrilberto se vira para Milioneiro.
- Eu não sei se caras que pedem para você fazer algo ruim para alguém são caras tão legais assim Milioneiro. E por que você acha que é um idiota se não entrar no grupinhos desses caras?
- Porque eu ando com um casal de amigos. E eu gostava da menina que meu amigo começou a namorar. E ele sabia que eu gostava dela. E mesmo assim ele ficou com ela. Mas eu o perdoei e continuamos amigos.
- E você por perdoar se tornou um idiota?
- Para os caras é sim.
- Se os caras achar que colocar merda na cabeça é legal. Você colocaria?
- Pai, essa gravata no seu pescoço não te aperta a garganta?
- Sim. Bastante.
- Mas porque você usa?
- Porque a sociedade acredita que homens importantes usem isso.
- Você não acha idiota também seguir uma regra que a sociedade impos mesmo sabendo que ela o incomoda.
- Você é um jovem bem mais inteligente que seu pai. E puxou muito sua mãe. - Fala Rodrilberto sorrindo e se levantando. Estava atrasado mais valeu a pena. Rodrilberto entra no carro e vai para sair. Ele olha no espelho a gravata e tira ela e a taca para fora da janela enquanto o carro começava a andar.
Milioneiro do lado de fora de casa vê a cena e corre e pega a gravata do pai e a olha.
O pai teve coragem de enfrentar a sociedade. Mas ele? Teria coragem de enfrentar Dozenui e seu grupo.

Ednilma dirigi o carro calada. Wilemina olhava a paisagem triste. E Edinilma vendo-a fala:
- Wilemina você nunca teve amigas? Vocês são tão sozinhos?
- Ednilma, quando era jovem e bonita tinha muitas amigas. E meus pais também. Mas quando uma menina de quinze anos fica gravida não é vista com bons olhos. E eu e meus pais nunca fomos de aceitar desaforo. Um a um dos amigos foi indo embora. E também não foi fácil. No dia da minha festa de formatura enquanto todos estavam no baile eu estava no médico com o Milioneiro com dor de ouvido.
- Não deve ter sido fácil. Mas porque não avisou para Rodrilberto? Ele é um homem decente. Teria assumido as responsabilidades junto de você.
- Eu não o amava. Nunca o amei verdadeiramente. Minhas amigas estavam todas de namoricos e eu era solteirona da turma, apesar de ser uma das mais bonitas. Todas já tinham perdido a virgindade e contavam histórias que me deixavam curiosa. E encontrei em Rodrilberto o homem para descobrir isso tudo.  Mas fomos longe demais. E o Rodrilberto era tão apaixonado. Eu senti que estava usando ele. Não amava ele. E não queria nada com ele depois de terminar os estudos. Eu fui a única culpada. E não queria acabar com a vida dele também.
- O Rodrilberto não foi um santo Wilemina. Vocês fizeram juntos esse filho.
- Eu sei. Só que não me via como uma mãe de família. Não queria isso para mim. Eu nunca contei para ninguém isso. Mas tentei abortar. Mas quando tomei aquele remédio e percebi o que tinha feito. Eu percebi que não dava para ser o que queria. Tinha que ser o que eu era. Uma mãe solteira. Consegui esconder da minha mãe por muito tempo. Ela nunca foi de prestar muita atenção em mim. Assumi a responsabilidade sozinha. Foram minhas escolhas.

Rodrilberto chega no serviço e vê apenas Fiorella mechendo no seu computador de serviço.
- Fiorella onde está todo mundo?
- Meu pai saiu com a Tonelly, o Rodinildo disse que a mãe dele morreu pela quinta vez esse mês. Estamos só você e eu aqui.
Rodrilberto sem jeito fala:
- Preciso trabalhar Fiorella. Não quer ir fazer o que quer que esteja fazendo no computador do seu pai.
- Descansa um pouco seu bobo. Meu pai e a Tonelly parace que vão demorar muito. - Diz ela rindo e continuando a mexer.
- Vai causar problemas para mim. Eu estou com trabalho atrasado.
- Relaxa Rodrilberto. E ai? O Rodinildo me contou que você está com a casa cheia.
- Ele é um bocudo e nunca mais conto nada para ele.
- Não é porque sou a filha do seu chefe que não podemos ser amigos. Sabia?
- Não podemos ser amigos porque sou casado Fiorella. Não tem nada a ver com seu pai.
Fiorella se levanta e vai até sua sala.
- Você as vezes é muito grosso sabia? As vezes precisamos desabafar e não tem ninguém para falar.
Ela sai nervosa. Rodrilberto com consciência pesada se vira e fala:
- Fiorella desculpa. É que estou muito esquentado com os problemas lá de casa.
Fiorella se vira com um sorrizinho.
- Eu entendo. Deve ser horrível conviver com uma ex-namorada na sua casa, filho e ainda a sogra.
- E tanta gente e tantos problemas misturados. Tem que dar atenção para todos se não...
- Vira um monstro. Eu também me sinto assim. Meus pais se separaram, e tenho que ir na casa dos dois do mesmo tanto se não. Imagina como minha mãe ficou quando soube que vinha trabalhar para o meu pai.
- Você tem é que casar logo Fiorella. Assim terá que ter a sua atenção voltada só para uma pessoa.
- Eu também acho. Minha esperança é essa. Mas não acho o cara certo. Na faculdade são todos uns idiotas, mauricinhos. Eu queria arrumar alguém assim... como você sabe... - diz ela rindo e com o olhar malicioso, mas mantendo uma distancia segura.
- Tem caras por ai, muito parecidos comigo. - Diz Rodrilberto tentando desviar o assunto. - Mas não sabia que estava fazendo faculdade.
- De contabilidade. Acho que você terá que me ensinar algumas coisinhas.
- Contabilidade? Mas seu pai não vai precisar de mim se tiver uma contadora em casa.
- Isso é verdade Rodrilberto. Mas eu posso ficar enrolando ele. Posso ser só uma auxiliar. Lógico se eu quiser.
- E você quer?
- Se sermos bons amigos. - Diz ela se aproximando sedutoramente.
De repente Tonelly, Rodinildo e Miguelito chegam.
- Dá para acreditar aonde eu encontrei esse vagabundo? -Diz Miguelito nervoso apontando para Rodinildo falando para Rodrilberto. - No bar. Bebendo enquanto a avó tava morrendo.
- É minha tia. - Diz Rodinildo. - Ela gostava de beber também. Fomos homenagea-la